O amor pode terminar?


Quando tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10 mil casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2 mil casais.
“Paixão eterna só existe na ficção”, afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações pelas quais ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: “Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!”.
Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: “O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai”.
Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: “O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso”. Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: “Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa”.
Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.
Contudo, para os cristãos, sua realidade resplandece como o sol. Quem encontrou seu pleno significado foi o evangelista São João. Por que ele é o único dos apóstolos que, por mais vezes, se declara o “discípulo amado” por Jesus? A resposta é simples e... deslumbrante: porque foi ele quem escreveu a página mais comovedora da Bíblia e fez a descoberta mais revolucionária da história: “Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1Jo 4,16).

Família: Missão Apaixonante

O Papa João Paulo II diz, na sua “Carta às Famílias”, que “a família é o centro e o coração da civilização do amor”, que está nas raízes mais profundas do desejo de Deus para o homem na terra. Neste tempo em que a necessidade do matrimônio e da família no mundo tem sido posta em questão, é preciso anunciar o que de fato ela é: uma missão apaixonante!

Criada por Deus, a família existe para Ele, e só n’Ele pode encontrar o seu sentido. Vamos começar a encontrar o seu sentido no livro do Gênesis, mais exatamente no trecho que fala da origem do homem e da mulher sobre a terra.

Criados à imagem e semelhança do Deus Trinitário, que vive uma eterna comunhão de amor, o homem e a mulher são desde o início chamados a “crescer e multiplicar-se” por uma comunhão semelhante à divina. Deus chama o ser humano, obra-prima da Sua criação, a uma eterna comunhão de amor com Ele, e este chamado encontra uma significativa expressão na aliança nupcial que se instaura entre o homem e a mulher, cujo vínculo de amor é tantas vezes descrito na revelação como imagem da Aliança que une Deus com seu povo.

Casamento, um grande projeto


"Casar é um grande desafio! E desafio é uma palavra que nos faz lembrar modernidade, juventude, pois exige coragem. Assim acontece também em todo relacionamento, afinal, para duas pessoas viverem juntas, para o resto da vida, é necessário diariamente superação e, ao mesmo tempo, criatividade. É claro que existem pessoas chamadas a viver solteiras, mas aqui estamos falando daqueles que querem compromisso", reflete Carla.

"Desde o tempo de namoro o casal necessita perceber dois pontos: ambos são chamados à vocação do matrimônio e precisam olhar o casamento como o maior projeto de suas vidas", salienta Cleto. "Quando se tem isso em mente o resultado é surpreendente! Vale a pena, pois, com o passar do tempo, diante do conhecimento mútuo, a convivência se torna mais tranquila", completa Carla.

Na opinião do casal, várias situações são almejadas como projetos, como por exemplo: carreira profissional, viagens, a compra de um carro, um curso no exterior. Entretanto, ao constituir uma família, que deve ser o foco do casal, não dá para casar e querer levar uma vida de solteiro. Isso desgasta o relacionamento! 

Isso nos faz refletir sobre o casamento com três perguntas: "Queremos ser fiéis um para com o outro? Queremos gerar vida e educar? Afinal, é ou não é um projeto para a vida inteira?" 

"Precisamos apreciar o casamento como projeto de vida e não apenas uma fase dela. Casar é ter alguém para amar todos os dias, é ter alguém para conversar, para confiar e conhecer! Casar é o maior projeto! É para a vida toda!", encerra Carla.

Carla e Cleto Coelho
Missionários da Comunidade Canção Nova

Matrimônio, sinal do amor

Na primeira Carta de S. João podemos ler não somente quem é Deus, mas também qual a razão de tudo o que somos e temos: "Deus é Amor". 

Deus ama porque é o Amor, e nós amamos porque Deus nos amou primeiro. O Catecismo da Igreja Católica fala do mistério do casamento e da família justamente transmitindo isto:
 

"Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação inata e fundamental de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é Amor. Tendo-os criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom aos olhos do Criador. E este amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e realizar-se na obra comum de preservação da criação:
 

"Deus os qbençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1,28)".
 

As duas dimensões da família


São Paulo diz que os maridos devem amar as suas esposas. Você está disposto a amar a sua esposa a ponto de se entregar por ela?

É dogma de fé que a Igreja é santa, nunca podemos dizer que a instituição criada por Cristo tem pecado, pois os pecados são dos filhos dela [Igreja], os pecados são nossos. E por que a Igreja é santa? Porque Cristo entregou-se por ela na cruz, para que ela fosse sem mácula.

Pela mentira o demônio quer destruir os casamentos, quando se mente para o marido ou para a esposa, você está dando ocasião para o maligno.

A porta por onde o demônio entra tem nome, se chama pecado, por isso o casal não pode pecar.

Quando o casal está unido no amor de Deus, ninguém o separa. O amor é que une o casal, São Paulo diz que o amor é paciente, é bondoso, não busca os próprios interesses, não acaba nunca, só o amor faz com que perdoemos uns aos outros até mesmo quando um errou com o outro.

É preciso que nos alimentemos do amor de Deus. E isso vai acontecer onde? Na Igreja, na Eucaristia, na oração, pois o casal que reza junto não se separa diante das dificuldades, pois tem forças para superar todos os problemas.

Formar bons cristãos e honestos cidadãos

Temos o dever de preparar a próxima geração

Como pais e educadores cristãos, nossa missão é fazer de nossos filhos discípulos do Senhor, que amem o Mestre e estejam prontos para segui-Lo. Se nos descuidarmos da herança do Senhor nossa luta será em vão.

Como pais e educadores cristãos, devemos preparar a próxima geração para cumprir o propósito de Deus na história, com entendimento e com determinação “Pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela?” (Ester 8:6). “Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção” (Atos dos Apóstolos 13:36).

Dons de Deus - O espetáculo da paternidade e da maternidade


“Quem herda, não rouba”. Foram inúmeras as vezes em que ouvi de meu pai essa frase, referindo-se às marcas que se transmitem de geração a geração. Se somos únicos quanto à dignidade pessoal, dom irrevogável de Deus (Cf. Rm 11,29), o Senhor nos concedeu uma série de valores, transmitidos de geração em geração, a serem ciosamente guardados, conservados e passados adiante com fidelidade. No varejo dos contatos com as pessoas, tenho aprendido a respigar lições do cotidiano. Não dá para viver distraído, e aproveito o Dia dos Pais para comunicar algumas delas.

“Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio” (Mt 15, 21-28) é o grito de uma mãe dirigido a Jesus. “Minha filhinha está nas últimas” (Mc 5, 23), diz ao Senhor um dos chefes de sinagoga, chamado Jairo. Meu filho, minha filha! Nesta relação se encontra a comunicação positiva de uma imagem, a da paternidade e da maternidade. Ao cumprimentar nestes dias um casal amigo que faz festa pelo casamento da filha, faz-se presente em minhas orações o pedido de que o santo orgulho dos pais seja conservado em nossas famílias. Muitos casais possam ostentar, sim, com imensa alegria, um verdadeiro troféu que simboliza o amor vivido, a graça de passar adiante a vida recebida.

Outro casal esperava o filho que estuda fora e conversávamos no aeroporto. Orgulhosamente, ao apresentar-me o rebento, o pai dizia que já começam a referir-se a ele como “o pai” daquele filho médico. E não se sentia diminuído. Sua felicidade é ser pai, e o filho fica maior! E ninguém fica complexado ao mudar de status! É porque pai que se preze quer ver o filho crescer! Já se superou o conflito e a competição tantas vezes presentes quando os filhos são adolescentes. De fato, os pais se perpetuam no crescimento dos filhos, que são diferentes, mas não deixam de ser filhos.

O casamento é indissolúvel

O casal forma uma íntima comunhão de vida e de amor com seu Criador. Os dois se doam definitiva e totalmente um ao outro. Não são mais dois, mas formam doravante uma só carne. A aliança contraída livremente pelos dois lhes impõe a obrigação de a manter una e indissolúvel. “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10,9). Diante deste compromisso que fazemos diante de Deus, precisamos estar sempre atentos principalmente com quem partilhamos nossa vida conjugal, as vezes a partilha com a pessoa errada pode levar-nos a decisões desastrosas. Um bom diretor espiritual como por exemplo um sacerdote, um missionario pode nos ajudar nos momentos difíceis.

Lute pelo seu matrimônio,ele é indissolúvel!!

Rose Mari
Comunidade Canção Nova

A importância da família


O relato de São João sobre as Bodas de Caná (cap. 2,1-11) mostra claramente como Jesus valoriza a família. Foi o Seu primeiro milagre, abençoando com Sua presença os noivos, que pretendiam iniciar uma nova família. Ele quis iniciar o anúncio do Reino em um casamento, mostrando que a família é importante para Ele.

A família é a base, o esteio, o sustento de uma sociedade mais justa. Ao longo da história da humanidade, assistimos à destruição de nações grandiosas por causa da dissolução dos costumes, a qual foi motivada pela desvalorização da família.

No nosso mundo de hoje, depois que ficou liberado o divórcio indiscriminadamente, a família ficou ameaçada em sua estrutura e é por isso que vemos, através dos meios de comunicação e até na comunidade em que vivemos, cenas terríveis. Filhos drogados matam ou mandam matar os pais, pais matam filhos por motivos fúteis, mães se desfazem de seus bebês, quando não cometem o crime hediondo do aborto quando a criança não tem como se defender. Há problemas seriíssimos. Quando os pais se separam alguma coisa se parte no íntimo dos filhos. Eles não sabem se é melhor ficar com o pai ou com a mãe. No fundo, eles gostariam de ficar com os dois. Em paz e harmonia, é claro.

O amor está sendo retirado do coração dos homens e das mulheres. E, em consequência disso, a família está perdendo a sua unidade e a sua dignidade. Isso acarreta a dissolução dos costumes. A família decai e a sociedade decai. Precisamos compreender e nos lembrar sempre de que Deus nos deu uma família a fim de que, num âmbito menor, nós pudéssemos aprender a amar todos os nossos semelhantes.

Pai


Deus é pai de todos. Pedir para que ele deserde ou castigue os outros, não é próprio de quem é seu filho. Por isso mesmo, todo tipo de guerra, ódio, vingança, rancor, desonestidade, discriminação, exclusão, desrespeito à vida e a dignidade do semelhante é querer um pai exclusivo para si. Ele nos enviou seu filho natural, ou seja, de sua natureza divina, para nos ensinar e realizar o elo de verdadeira fraternidade entre os humanos. Somente na vida de fraternidade entre nós é possível considerar Deus nosso pai. Jesus nos dá o direito de chamar e ter o pai dele como nosso. Até nos ensina a orar ao pai nosso. Não é simplesmente pai meu. Por isso, também através da oração nos comprometemos em viver a irmandade, superando a lesão ao bem do outro, mesmo sendo de outra mentalidade, religião, partido, ideologia, etnia, condição social...

O pai terreno só exerce boa paternidade quando se amolda aos ditames do Pai divino, obedecendo a ele com humildade e amor. Os filhos humanos, igualmente se realizam quando  sabem amar e obedecer a seus pais, configurando-se ao Filho de Deus. Teríamos famílias verdadeiramente felizes, mesmo com as dificuldades próprias de quem vive com os limites da natureza humana. Assim como Deus Pai ama o Filho Divino e não o deixa subjugado para sempre aos limites da natureza humana, fazendo-o ressuscitar, Ele também ama os que se parecem com esse Filho no tentar imitá-lo com a doação de si em bem dos irmãos.

A cerca


Era uma vez um menino com temperamento muito forte. Seu pai lhe deu-lhe um saco de pregos, dizendo-lhe que cada vez que ele ficasse furioso (bravo) pregasse um prego na cerca do fundo da casa.

No primeiro dia o garoto pregou 37 pregos, mas gradualmente ele foi se acalmando. Descobriu que era mais fácil “segurar” seu temperamento do que pregar os pregos na cerca.

Finalmente chegou ao dia em que o garoto não se nenhuma vez. Contou ao pai o que havia sucedido e o pai sugeriu-lhe que, de agora em diante por cada dia que conseguisse segurar seu temperamento retirasse um dos 37 pregos.

Passou-se o tempo e o garoto finalmente pode dizer ao pai que tinha retirado todos os pregos.

O pai tomou o filho pela mão e levou-lhe até a cerca dizendo-lhe:

- Você fez muito bem meu filho, mas a cerca nunca mais será a mesma. Quando você diz coisas quando está furioso, elas deixam uma cicatriz assim como as marcas da cerca. Você pode fincar e retirar uma faca em um homem. Não importa quantas vezes você possa pedir; ”desculpe”, a ferida mesmo assim permanecerá. Uma ferida verbal é tão ruim (maligna) quanto uma ferida física. Amigo são uma jóia muito rara. Eles fazem você sorrir e estimulam você a ter sucesso. Eles emprestam um ouvido amigo, repartem uma palavra de elogio, eles querem sempre abrir seus corações para nós.

Família: O apostolado dos leigos


O Criador de todas as coisas constituiu o vínculo conjugal princípio e fundamento da sociedade humana e fê-lo, por sua graça, sacramento grande em Cristo e na Igreja (cf. Ef 5, 32). Por isso, o apostolado conjugal e familiar tem singular importância tanto para a Igreja como para a sociedade civil. 

Os esposos cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da fé um para com o outro, para com os filhos e demais familiares. Eles são os primeiros que anunciam aos filhos a fé e os educam. Formam-nos, pela palavra e pelo exemplo, para a vida cristã e apostólica. Ajudam-nos com prudência a escolher a sua vocação e fomentam com todo o cuidado a vocação de consagração porventura neles descoberta.

Foi sempre dever dos esposos e hoje é a maior incumbência do seu apostolado: manifestar e demonstrar, pela sua vida, a indissolubilidade e a santidade do vínculo matrimonial; afirmar vigorosamente o direito e o dever próprio dos pais e tutores de educar cristãmente os filhos; defender a dignidade e legítima autonomia da família. Cooperem, pois, eles e os outros cristãos, com os homens de boa vontade para que estes direitos sejam integralmente assegurados na legislação civil. No governo da sociedade, tenham-se em conta as necessidades familiares quanto à habitação, educação dos filhos, condições de trabalho, seguros sociais e impostos. Ao regulamentar a migração salve-se sempre a convivência doméstica.

A exigência dos nossos relacionamentos

Podemos pensar que a participação das pessoas em nossas vidas não tem outro sentido a não ser de se apresentarem como colegas, namorados, amigos, cônjuges ou parentes.

Contudo, através de nosso comportamento e do testemunho silencioso de nossos atos, um vínculo mais profundo, a partir de nossas amizades, se dará e seremos capazes de promover o crescimento na vida de cada um dos nossos.

O conhecimento das aspirações, da realidade e dos desejos daqueles com quem convivemos se faz necessário, na transparência dos nossos relacionamentos. Este exercício não é uma particularidade apenas da vida conjugal, mas deverá acontecer em todos os âmbitos de nossos relacionamentos interpessoais.

Para que isso realmente possa acontecer, precisamos viver a experiência do outro, por meio de um relacionamento transparente, sem mentiras ou subterfúgios e com a sabedoria daqueles que também precisarão saber advertir, ouvir e aprender quando necessário.

Acredito que para atingirmos a excelência da transparência, devemos estar abertos também à complacência, à reciprocidade na abertura para o conhecimento e respeito das demais realidades.

Atentemos para que as nossas interferências na vida daqueles que nos rodeiam sejam salutares e que possamos aprender também com seus testemunhos.

Para nos guiar nessa direção, temos Jesus Cristo como exemplo que, na Sua transparência exerceu com a complacência uma perfeita intimidade nos Seus relacionamentos.

Deus esteja presente em nossos relacionamentos.

Dado Moura
Retirado do Blog da Canção Nova

Pai

Quando os Apóstolos pediram a Jesus que lhes ensinasse rezar como João ensinara aos seus, ele lhes falou: “Quando rezardes, dizei: Pai, santificado seja vosso nome…”(cf. Lc. 11,1-2). São Mateus, igualmente, depois de ministrar o ensinamento de Jesus de abrir o coração na simplicidade, nos fala para o chamarmos com o doce nome de Pai e na alegria pedirmos o pão de cada dia para nós todos que aprendemos a perdoar nossos irmãos. E João, narrando os acontecimentos da ceia derradeira, conservou-nos o texto da oração sacerdotal de Cristo, em que coloca-nos na intimidade do mistério do amor do Pai (cf. Jo. 17,6-26).

A decadência dos valores na sociedade hodierna, quando o casamento está a perder o sentido de uma instituição em que se realizam os ideais humanos do amor, para se transformar num contrato de validade efêmera que se faz e desfaz conforme a orientação dos ventos, qual biruta dos aeroportos, faz-nos perder a noção de família, onde o Pai e a Mãe são esteios não só da transmissão da vida, mas também da cultura e da fé.

Neste ambiente novo, há necessidade de se lembrar, ao menos uma vez ao ano, a paternidade e a maternidade. E, como não pode estar ausente o comércio e o lazer, que sejam dias diversos, separados. E quanta vez os dois, pai e mãe, já estão de fato separados, formando outros pares que têm a duração da emoção.

A paternidade a maternidade nos fazem pensar, como filhos, no quanto devemos a eles, a nossa existência e também o seu amor, pois, o vínculo da filiação sobrevive em nossos corações.

Da mesma forma deve lembrar-lhes, ao pai e à mãe, a dignidade a que foram chamados de participantes da obra da criação e, pela formação a que se dedicarem a dar aos filhos, da restauração da humanidade na graça.

No Livro do Eclesiástico, o autor inspirado pelo Espírito Santo, no capítulo 3, coloca-nos no verdadeiro espírito deste dia. Logo no início, diz que Deus glorifica o pai nos filhos e confirma a autoridade da mãe sobre eles. Verdadeiramente, buscando uma vida digna, nós glorificamos nossos pais e, honrando-os, teremos a alegria no coração e a certeza da bênção divina.

“Honra teu pai com ações e palavra” (v. 9). No Dia dos Pais, vê-se por toda a parte um corre-corre para levar-lhes um presente e um cumprimento como se com isso se justificasse, num só dia, nossa obrigação de filhos. O respeito e amor deve ser de todos os dias, mesmo após a sua morte, traduzido por uma vida digna do seu nome.

Há pais que ficam a sós neste Dia, como em todos os dias. Filhos que os abandonaram perdendo-se na vida, esquecendo-se de suas lições, de seus conselhos e de seu amor. Os pais anseiam, como o pai do filho pródigo do Evangelho por sua volta, quando esquecida e perdoada a sua falta, querem abraçá-los e vê-los felizes ao seu redor.

Há ainda aqueles que não podem mais nem sonhar com a volta de seus filhos, porque a morte, sobretudo a morte violenta do tráfego, das noitadas e das drogas os tirou para sempre do seu convívio, só restando a esperança na misericórdia de Deus.

Como cristãos, nosso coração tem de achegar até eles e trazer-lhes o conforto e a esperança que a fé pode dar. Neste contexto, relembrando a palavra dos bispos iluminados em Aparecida, sob o olhar materno de Maria, que abençoa a todos os pais nos exortando: “O homem, a partir de sua especificidade, é chamado pelo Deus da vida a ocupar lugar original e necessário na construção da sociedade, na geração da cultura e na realização da história. Profundamente motivados pela bela realidade do amor que tem sua fonte em Jesus Cristo, o homem se sente fortemente convidado a formar uma família. Aí, na essencial disposição de reciprocidade e complementaridade, vivem e valorizam, para a plenitude de sua vida, a ativa e insubstituível riqueza da contribuição da mulher, que lhes permite reconhecer mais nitidamente sua própria identidade”(Cf. DA 459).

O Dia do Pai, como o Dia da Mãe, assume nesse contexto a sua real dimensão. O que deve ser uma constante no dia-a-dia da nossa vida familiar deve ser sublimado neste dia transbordando de carinho e gratidão. Assim vale a pena celebrar o Dia dos Pais. Por isso quero abençoar a todos os pais de nossa amada Arquidiocese de Juiz de Fora, convocando-os para que nunca renunciem ao grave chamado da Igreja, que me nome de Cristo, nos pede que sejamos educadores de nossos filhos para que todos possamos viver o discipulado e a missão de Jesus Cristo para que o mundo creia.

Receba, caríssimo pai, o meu afeto pessoal e a minha paternal bênção EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, AMÉM!

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora (MG)

Superando as crises

Até o matrimônio mais feliz está sujeito a crises, que precisam ser vistas como um fenômeno de crescimento do amor conjugal e não como razão para a separação. Um matrimônio cujos cônjuges jamais discordam é preocupante. Será que eles são iguais em tudo ou uma personalidade está se sobrepondo à outra, que por sua vez não se revela ao outro na sua verdade?

Uma passagem bíblica me faz lembrar os falsos relacionamentos, aqueles que precisam amadurecer, e cujo crescimento é às vezes bem doloroso: "Subirei contra um povo tranqüilo e os tirarei de sua falsa paz". E há uma passagem nas Regras de Vida da Comunidade Shalom que, acredito, completa o ciclo que vai da falsa à autêntica paz matrimonial: "A verdadeira paz não vem dos homens, mas de Deus" (RVS, 355). Dependendo de como será vivida, cada crise, mesmo a mais penosa, pode levar ao aprofundamento do amor entre os esposos e ao fortalecimento cada vez maior do matrimônio. Vamos refletir sobre isto?

"O significado de ser pai"

A imagem do "bom pai", amplamente difundida pelas sociedades de consumo, é a de "provedor": aquele que satisfaz todas as necessidades materiais do lar. Para "que não falte nada aos filhos", trabalha jornadas duplas e ainda nos fins de semana. O pai não consegue satisfazer as necessidades presentes, quando já lhe foram criadas outras. Assim se desgasta febrilmente, sem dar-se um respiro para desfrutar o importante: a experiência única de ver crescer os filhos.

Os pais que conseguiram vencer as tradições atávicas de ser meros provedores, compartilham a alegria na criação dos filhos e falam de "uma nova dimensão na convivência familiar".

Apesar das indignadas rejeições de quem pretende perpetuar o tabu imemorial de que quando o pai se envolve emocionalmente com o filho se torna "suave como uma segunda mãe", e que se participa no cuidado e atenção do filho se converte em simples "cuidador", cada dia são mais os pais presentes na sala de cirurgia no dia do nascimento de seus filhos, nos cursos pré-natal e de pós-parto para capacitar-se no cuidado do bebê.

Dois são necessários para gerar um filho. Também se necessitam de dois para seu desenvolvimento. A intuição feminina permite à mãe estabelecer uma comunicação com o filho vital desde o momento mesmo de seu nascimento. Interpreta os sinais de temor na infância e com mesmos o tranqüiliza e conduz suavemente.

A voz do pai é de vital importância: dá segurança, confiança no porvir, estabelece os limites da conduta infantil, e fecha o círculo do amor que deve rodear a criança. O pai proporciona um elemento único e essencial na criação do filho e sua influência é poderosa na saúde emocional. A mãe lhe diz: "com cuidado", e o pai lhe diz "um mais", ao estimular o pequeno a subir outro degrau para que chegue acima, Juntos, tomados da mão, pai e mãe guiam ao filho no caminho da vida.

O pai de hoje se abre às necessidades mais sutis do filho: as emocionais e as psíquicas. Transcende a preocupação de si mesmo e suas ocupações, e consegue ver o filho em seus próprios termos. Propicia o ambiente que lhe permite o desenvolvimento de seu potencial em um marco e liberdade responsável, não de dominação.

Não se detém na periferia, mas conhece o filho de perto. Guia-o sem agressividade, com firmeza motivada e racional, pelo caminho dos valores que deseja lhe passar. O pai de hoje se deu permissão para ver com olhos de amor o filho de suas entranhas. Adverte no filho, mais além das limitações presentes, o cúmulo de possibilidades que está por realizar. E a seu lado goza cada momento de seu desenvolvimento.

Retirado do Site da Comunidade Shalom

Amamentação: um vínculo amoroso

Mais do que um ato que atende necessidades físicas, um ato de amor.

A evolução da humanidade mostra que a amamentação sempre esteve presente na vida das famílias; citada, inclusive, na Bíblia. Religiões citam em seus escritos a questão da amamentação. No Egito, no ano 30 antes de Cristo, fala-se que as crianças eram amamentadas pela mãe até os 3 anos de idade.

Em nosso tempo, muitas campanhas são realizadas a favor deste gesto tão importante ao bebê. Os benefícios vão além do ganho de imunidade e benefícios físicos, mas especialmente a formação dos laços afetivos que se dão neste ato. Mais do que preocupações estéticas que muitas mães manifestam, é importante que, desde a concepção, seja feita a conscientização da importância física e afetiva do ato de amamentar.

O gesto da amamentação é uma das primeiras experiências externas que promove a sensação interior de autoestima no bebê, valorizando a troca existente entre ambos - mãe e filho. Estimula-se, então, nas mães que por alguma limitação não podem amamentar, que mesmo assim sigam o ritual que envolve este ato. O contato do calor da mãe, o olhar, o toque... Tudo isto favorece, e muito, as experiências de amor e gratificação.

O vínculo afetivo é conduzido no ambiente intrauterino através da troca carinhosa e da comunicação, vital para o bem-estar e os primeiros estímulos de amor. Por ser uma vivência gradual e crescente, o tempo e o amor podem dar o verdadeiro sentido do amor e experiência ao bebê, suprindo suas necessidades mais elementares: ser sustentado em suas necessidades físicas/fisiológicas básicas. Mesmo que não seja por sua mãe biológica, a experiência de alimentar o bebê vai, então, conduzindo esta criança a um crescimento e amadurecimento saudáveis.

Os estudos acerca do vínculo afetivo, provam que os bebês, independente do lugar onde vivam, ao receber do seu cuidador uma série de cuidados, podem sobreviver e superar dificuldades pela proximidade que têm com este cuidador, incluindo aí a relação do amamentar.

O crescimento e o desenvolvimento positivo de uma criança vêm da relação que ela mantêm com seus pais ou seus cuidadores, mesmo que não sejam os pais biológicos; ou seja, é importante que a criança possa ter figuras de referência e com isto, sentir-se apoiada e acolhida.

O apego é uma necessidade tão importante quanto a água, o alimento e o sono, visto que a criança que se sente protegida terá maior probabilidade de tornar-se um adulto que manifeste segurança e capacidade de sentir-se amado.

O seio materno é um dos primeiros objetos de amor do bebê, e o ato de alimentar a criança é a possibilidade de introjetar sentimentos positivos ao bebê pelo ato de amor  aí representado.

Vale lembrar que a decisão de amamentar está muito ligada ao conceito e ao siginificado que a mãe dá a este ato e, é claro, pode ser influenciada pela maior ou menor disponibilidade emocional, social, econômica e até mesmo cultural. Fica, então, a dica para que as gestantes possam conhecer mais sobre a realidade da amamentação, bem como as alternativas afetivas que possam ter no caso da ausência do leite ou qualquer impossibilidade em realizar este gesto.
Elaine Ribeiro
Retirado do Blog da Canção Nova

Filhos tornam o casamento mais feliz

O que deixa você feliz – pensar no sorriso do seu filho, passar horas brincando com ele ou vendo aquele DVD no sofá pela 10ª vez?

Pois, uma pesquisa realizada  na Universidade de Glasgow, no Reino Unido, comprovou: casais que tem filhos são mais felizes. E quanto maior o número de filhos, maior é a satisfação.

O coordenador da pesquisa, Luis Angeles, acredita que o resultado é simples de entender: quando responderam sobre as coisas mais importantes de suas vidas, a maioria das pessoas casadas colocou os filhos no topo da lista. E a influência das crianças na satisfação dos pais está relacionada à maneira com que a família passa as horas de lazer e a satisfação da família com a vida social.


Confirma-se o ensinamento de Deus e da Igreja:

“A tarefa  fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem.  Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos”
(Familiaris Consortio, 28).

“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida”

(GS, 50; HV, 11; FC, 29).

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas.  Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude.  Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade”.
(Sl 126,3-5)

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”.
(Catecismo da Igreja Católica § 2373).

“Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais”
(Catecismo da Igreja Católica § 2378).

O Beato João Paulo II disse:
“Alguns perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores.

Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.

Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (Familiaris Consórtio, 30).

Professor Felipe Aquino
Retirado do Blog da Canção Nova